23/09/2024 às 05h45 Zezo Freittas Você está aqui: Home / Ponto de Vista Imprimir postagem

Agressividade, Descredibilidade e Pressões: As Eleições Municipais de 2024 em Teresina

Campanha eleitoral 2024 chega a reta final

As eleições municipais de Teresina em 2024 estão ganhando contornos cada vez mais acirrados, com um cenário de disputa que, nos últimos dias, tem escalado em agressividade. O que deveria ser um processo democrático pautado pelo debate de ideias e soluções para os problemas da cidade tem se transformado em um embate marcado por comportamentos questionáveis, desconfiança em relação às pesquisas eleitorais e o uso indevido de influências, especialmente no setor público.

Um dos fatores que têm alimentado essa tensão é a crescente descredibilidade dos institutos de pesquisa. Em diversas ocasiões, os resultados apresentados pelos principais institutos que atuam na capital piauiense têm sido colocados em dúvida tanto por eleitores quanto por candidatos. A falta de transparência em relação às metodologias adotadas e a divergência acentuada entre as pesquisas têm gerado desconfiança no eleitorado. Ao invés de contribuírem para um panorama eleitoral mais claro, as pesquisas têm sido usadas como armas políticas para manipular percepções e influenciar o voto, distanciando-se do seu propósito original de espelhar as intenções da população.

Paralelamente, o comportamento de servidores e funcionários públicos estaduais está sob forte crítica. Há relatos preocupantes de pressões e constrangimentos direcionados principalmente aos trabalhadores que ocupam cargos não concursados. Em diversas áreas da administração pública, incluindo a educação, diretores de escolas estariam usando as redes sociais institucionais para promover candidatos, um comportamento que fere os princípios éticos e legais que deveriam reger o serviço público.

Esses diretores e outros gestores públicos estariam obrigando funcionários contratados a comparecerem a reuniões políticas de determinado candidato, em uma clara tentativa de cooptar o apoio de quem depende da boa vontade dos superiores para a continuidade no emprego. A instrumentalização da máquina pública para fins eleitorais não é um problema novo, mas sua recorrência e intensidade nessas eleições têm gerado uma indignação crescente entre os profissionais e a população em geral.

A utilização de cargos e funções públicas como forma de garantir apoio eleitoral é uma prática que enfraquece a democracia e compromete a integridade do processo eleitoral. O que está em jogo é a própria liberdade de escolha do trabalhador, que se vê coagido a participar de campanhas e eventos de candidatos que, muitas vezes, não refletem seus valores ou interesses.

Essa postura nada ortodoxa de certos gestores públicos se soma a um clima de hostilidade entre os concorrentes, o que apenas contribui para a polarização e a divisão do eleitorado. Ao invés de uma disputa baseada em propostas concretas para o futuro de Teresina, o que se vê é a proliferação de acusações, ameaças veladas e o uso da máquina pública como moeda de troca política.

Para que as eleições municipais de Teresina em 2024 não sejam lembradas como um exemplo de retrocesso democrático, é fundamental que as instituições responsáveis pela fiscalização do processo eleitoral atuem com rigor. O Ministério Público Eleitoral, a Justiça Eleitoral e demais órgãos de controle precisam garantir que as campanhas sejam pautadas pelo respeito às leis e à ética. Mais do que nunca, é necessário que o eleitor tenha a liberdade de escolher seus representantes sem pressões ou manipulações, e que a vontade popular prevaleça de forma legítima e soberana

 


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